segunda-feira, maio 31, 2004

I want to ride my bicycle.


Então eu tenho essa nova bicicleta ergométrica Caloimagnetic® no meu quarto para que possa fazer o máximo de exercício que eu puder. Todos que me conhecem sabem o quanto eu odeio exercícios. Exercícios para mim consistem apenas em caminhar para os pontos de ônibus para lá e para cá, isso enquanto sou pobre e a grana para comprar um carro é completamente inexistente.

Na escola sempre fui a pior-aluna-mais-rebelde-que-dá-vontade-de-matar durante as aulas de Ed. Física. Para falar a verdade eu meio que me tornei uma lenda a ser seguida, “a garota que passou da quinta ao terceiro ano sem jamais encarar uma quadra de esportes”. Foram meus cinco minutos de fama. Também eu não precisava, com 14 anos eu era a pessoa mais magra que você já viu, tudo a base da dieta da água e cream cracker por dias. Mas nada de anorexia, eu era modelinho e adorava ser magra.

Os tempos de modelinho acabaram e a minha meia-idade precoce chegou muito rápido. Essa vida de ficar no barzinho com os amigos tomando choppinho com batatas fritas é meio deprimente, mas é a única coisa que me tira de casa para curtir a noite ultimamente. Meu tempo de droguinhas, festinhas e because of the night ficaram meio apagados graças às noites entediantes do Rio de Janeiro.

Ai os quilos começaram a chegar...

Ah os quilos a mais tão odiados. Peso 52 kg para uma altura de 1,76m. Sou magra mais gostava de ser mais. Nada de uma grande bunda branca para mim, não gosto de bundas. Então arrumei a tal bicicleta ergométrica para ver se fazia exercício. Eu odeio. Mordo os lábios até tirar sangue, rôo unhas, tento ler, ouço música berrando, assisto tv, tudo para tentar me distrair enquanto pedalo e pedalo para chegar a lugar nenhum. Que tortura. Que castigo. E continuo suando nesse outono geladinho. Saco. Saco. Saco.

O que me faz odiar mais as pessoas das academias. Andar pelo parque, correr na pracinha, pedalar pelas ruas mais calmas eu entendo, fazer algum tipo de luta, dança, até acharia legal se eu não fosse uma chata, mas porque juntar um monte de gente para levantar peso e compartilhar suor? Correr olhando as outras pessoas fazendo as caras de tortura que eu faço quando pedalo. Pensando por esse lado até que deve ser divertido. Nunca entrei numa academia, mas até que deve ser engraçado.

Mas eu vou me disciplinar. Não dizem que tudo o que uma garota precisa é de um pouco de disciplina? Bem, quem sabe está na hora de eu finalmente ter um pouco?

sexta-feira, maio 28, 2004

O que eu mais odeio no Bukowski são os fãs de Bukowski. Assim como o que eu mais odeio nos Beatles são os fãs dos Beatles, os fãs de Doors também se encaixam nessa explicação. Os fãs de Elvis Presley não, porque todos eles são muito legais e gordos e rebolam engraçadinho. Os fãs de Michael Jackson também não, afinal ser fã de Michael Jackson é ser louco e de louco com raiva eu já conheço o suficiente.

Mas os fãs de Bukowski, oh deus, os fãs do velho Bukowski são os piores. São todos iguais e anais. São todos bêbados contra o sistema convencional. Todos excepcionais. Diferentes e únicos. Anti-sociais e rebeldes. Oh deus não, não tenho saco. Ai meu saco. Todos tão sarcásticos e obscenos adorando o santo padroeiro por que se identificam com o estilo: louco, bêbado, "nem aí" e depravado.

Não, eu não agüento. Ultimamente eu tenho até vergonha de dizer o quanto gosto dele. Guardo num cantinho, só meu meu meu! E se conseguir manter as pessoas longe do meu quarto, o que não é nada difícil, nunca poderão ver toda as parafernálias e pôsteres e livros que eu tenho.

Eu poderia até explicar, para fazer mais sentido, o meu porque particular. Porque então eu gosto de Bukowski se não sou louca, bêbada, ESCRITORA ou contra o sistema - e talvez eu seja tudo isso, mas não é por isso que eu gosto de Bukowski - mas não tenho saco, e na verdade, quem se importa se eu faço sentido ou não? Eu com certeza não.

“Eu era um grande poeta, ele me disse, mas eu bebia. E tinha vivido uma vida desgraçada e marginal. Hoje, os jovens poetas bebiam e viviam vidas miseráveis e marginais porque eles achavam que era assim que se fazia”.

"É horrível, uma idiotice terrível entrando em jovens cabeças. Eles gostam disso. Cristo, dê merda a eles, e eles comem. Não conseguem discernir? Não conseguem ouvir? Não sentem a diluição, o mofo?"

Eu acho muito engraçado quando esses vendedores ambulantes entram no ônibus para vender suas bugigangas. Eles sempre fazem seu discurso habitual e partem para o fundo do ônibus para dar um tempo lá trás. Depois eles voltam perguntando:
-Alguém mais? Alguém mais?
Só para dar a sensação que todo mundo de trás comprou enquanto você não estava olhando. Isso é puro marketing e geralmente funciona. O que me faz acreditar que as pessoas provavelmente têm é vergonha de comprar coisas no ônibus, pois assim que alguém tem a coragem de ser o primeiro, na maioria das vezes, uma segunda pessoa também tem.

Mas o que me deixa realmente irritada são esses vendedores que param na frente, fazem o discurso usual de todos os dias e sem ao menos fingir que venderam muito no fundo do ônibus já lançam no meio da frase:
- Mais alguém? E ai, mais alguém?
Isso me deixa com muita raiva mesmo e me dá vontade de nunca mais comprar nada. Isso me irrita de verdade e eu nem sei bem porque. Não sou do tipo que se irrita com erros de gramática alheia e não tenho nada contra os vendedores ambulantes, muito pelo contrario. Mas esse “mais alguém” descarado me mata. É como ser enganada bem na minha frente, com o meu consentimento. A vontade que me dá é de me levantar no banco e gritar bem alto. Coisa de maluco talvez, mas é verdade.

quarta-feira, maio 26, 2004



Se o Scott Weiland já era bom antes agora ele se superou. Ao menos é o que parece no clipe novo do Velvet Revolver.
A música? Não sei, não consegui prestar atenção.

segunda-feira, maio 24, 2004

O blogger tá em crise não tá?

Todo mundo fez um. Eu vou postando um de cada vez. Se alguém quiser fazer o seu e me mandar eu aceito...
sweetnuthin@terra.com.br



Esse foi Susie Q que fez.

Minha palavra da semana? Empenho. Essa coisa que me falta tanto na vida. Eu raramente encontro algo para me dedicar. É estranho, é estranho porque sei que se eu me empenhasse em algo eu seria a melhor na causa, eu tenho certeza disso, mas são tão poucas coisas que me estimulam, que me motivam, que despertam a minha atenção. O fato de eu ser a maior preguiçosa do mundo também afeta o meu empenho. Óóó céus eu preciso crescer e aparecer, mas o Peter não deixa. Ele não quer.

segunda-feira, maio 17, 2004

Quando você chegar provavelmente estarei dormindo no sofá com a televisão ligada em algum canal qualquer.
Provavelmente vou estar sentindo frio porque me desacostumei a dormir sozinha. Odeio dormir sem você nos meus lençóis. Odeio tudo sem você.
Você vai se sentar do meu lado e me acordar perguntando se eu sei quem é que está falando enquanto eu não consigo abrir os olhos. Eu vou dizer que sim. Que é o babe. Assim mesmo, beibê.

Você vai me ajudar a ir para o quarto e eu vou me enfiar na nossa cama enquanto você troca de roupa, escova os dentes e conta como foi the boy’s night out. Depois você vai se enfiar na cama comigo. Eu vou reclamar do cheiro do vinho barato e você do cheiro do cigarro. Eu vou ter perdido o sono como sempre perco depois de um cochilo, por mais curto que seja, e vou te encher de perguntas e mais perguntas. Você vai responder quase pegando no sono e eu não vou te deixar dormir. E você nem vai ficar mal humorado porque você nunca fica.

Você sempre me salva e me conserta. Você sempre põe os meus pés no chão e faz com que eu perceba que as coisas não são tão ruins como parecem ser. Você é o único que me enfrenta do jeito certo. Você é o único que engole os meus sapos, limpa a minha bagunça e cuida de mim do jeito certo. E por você eu me esforço para ser qualquer coisa, até normal. Até menos paranóica. Até eu mesma. Love is all you need. Love was all I needed

Você vai pegar no sono e eu vou ficar te olhando esperando o dia amanhecer logo para estar com você de novo. Eu vou dormir logo depois. O mundo que se exploda. Somos o centro de todo o universo.

como?

domingo, maio 16, 2004

Tá bom. Depois de mais de um mês trancafiada em casa com todo o conforto do mundo acho que finalmente me transformei na velha de 97 anos que vivia tentando me possuir.

Show do Lemonheads na sexta. Não, na verdade show do Evan Dando sozinho, porque o resto daquela banda era meio esquisita e parecia estar lá só para tapar um buraco. Eu tive a impressão de que o baterista não sabia como tocar “It’s a shame about Ray”, mas acho que só pode ter sido uma impressão errada. Eu espero.

Fiquei sentada talvez durante umas cinco horas consecutivas, no canto mais escuro da casa, abraçada aos meus joelhos e sentindo dores inimagináveis na minha coluna.

O show foi meio palha. Está bem, eu estava gripadíssima, meu pé quebrado doía, não tinha dormido nas últimas duas noites e tive que aturar o show do All Systems Go (to hell). Que me maltratou e me fez questionar: Quem diabos ainda faz esse tipo de som hoje em dia? E PORQUE?

Mas o show do Bidê ou Balde até que foi uma agradável surpresa aos meus ouvidos – que a essa altura já haviam sido torturados e magoados.

O Evan é o Evan e o show foi meio bem morno, mas eu gosto de Lemonheads e fico feliz de ter ido ao show. No regrets. Ele tocou Being around e Hannah and Gabi e Favorite T e Hospital e abriu com The great big no.

Saí do Ballroom – pior-lugar-que-eu-odeio-totalmente-sem-estrutura-nenhuma – meio decepcionada, mas feliz de ter visto e ouvido.

Toda essa minha impressão mudou no dia seguinte, o que me leva ao:

Sábado bloody Sábado
E eu na Casa da Zorra pro show de uma banda que ainda cisma que Iron Maiden e Sepultura são as melhores bandas do mundo. Por favor, jovens adolescentes, adorem Kurt Cobain, isso eu aturo e respeito, todo mundo começa por algum lugar, mas sigam em frente conforme a idade for avançando.

E depois de assistir uma banda suburbana assassinar Ben do Michael Jackson, gritar durante mais de uma hora e errar TODAS as músicas, eu jurei que a sexta feira tinha sido maravilhosa e que os shows foram os melhores da minha vida.


Karuna vai ser o próximo Cpm 22.

quarta-feira, maio 12, 2004

Ha Ha Ha
Eu também estou brincando de procurar posts antigos e reposta-los.
Ha Ha Ha

A Mim Uma Historia De Minhas Loucuras


"Um bando de pombos escarlates, voando, atroa em torno de meu pensamento"

Num aniversario meu eu ganhei o “Illuminations” e foi amor a primeira lida. Eu já tinha visto o filme sobre a vida dele, eu já tinha escutado seu nome em algum lugar, e então eu tive oportunidade de lê-lo. Pensando melhor agora, não sei o que veio primeiro, se foi a leitura ou o filme, mas de qualquer forma, foi então que eu e Rimabaud criamos a nossa relação de amor e ódio. Eu o amava por que ele era o filho de Pan, encantador e eu estava apaixonada. Eu amava as suas poesias e elas falavam comigo o tempo todo, como se escritas para mim e eu delirava. Amei seu rosto perfeitamente oval de anjo no exílio e os olhos de um inquietante azul pálido. O odiava também, não, não era a ele quem eu odiava, eu odiava era não ser como ele. E como eu queria ser como Rimbaud, escrever como ele, fugir como ele, ir a pé a lugares incríveis, beber absinto, não amar ninguém. Ele era maravilhoso. Ate melhor que o Baudelaire outro que me dizia muito na época. Por que Rimbaud era precoce, era pobre, e vivia, ele tinha uma inquietude louca que não o permitia. A agressividade, a vida boemia, a embriaguez, a perversão sexual, o uso de drogas como excitantes, a insônia voluntária, tudo isso era Rimbaud e tudo isso era eu. Ele era atiçado o tempo todo pelo demônio da fuga. Foi colegial estudioso e transeunte piolhento, vagabundo e por fim traficante de armas.

“Sou um efêmero e não demasiado descontente cidadão...”


P.S: Só para o Arthur não achar que eu o troquei completamente pelo Hank.

segunda-feira, maio 10, 2004

É eu também estou ali no orkut, não posso evitar. Viciei. Just another retard como uma amiga minha costuma dizer...

domingo, maio 09, 2004

doing the math

Tem uma coisa que me tira do sério e que me enche de vontade de frequentar shows apenas para atirar ovos. Porque rapaz, você ficaria chocado se eu contasse sobre as bandas imbecis do Rio de Janeiro. É isso mesmo. Vejam só, a minha banda está prestes a fazer show e a casa que promove o evento sugeriu que nós convidássemos bandas amigas nossas ou que nós gostássemos do som para tocar com a gente. E eu na minha inocência pensei: Moleza! Tem algumas bandas legais por ai cheias de vontade de tocar como a gente, vou começar a fazer os convites. Fora que ia ser bem mais fácil tendo uma banda de maior nome no underground atrás da gente.

De fato todas as bandas cogitadas (e foram muitas) me alegaram uma enorme vontade de promover seus trabalhos, e suas músicas e o quão especial cada uma delas era. Mas na hora de aceitar o convite foram as desculpas mais variadas. No entanto a que prevaleceu e, cá entre nós, foi a minha preferida foi “Não conhecemos 15 pessoas para vender os ingressos”. Calma aí. Se a maioria das bandas contém 5 componentes, e 15 ingressos seriam 3 ingressos para cada integrante vender por míseros 5 Reais, como assim não dá para vender 15 ingressos? Ou vocês são as pessoas mais anti-sociais do planeta ou vocês são tão ruins que nem os teus melhores amigos conseguem aturar o som de vocês.

É ridículo porque se você for conferir o histórico das maiores bandas internacionais os caras geralmente tocavam por mixarias nos piores antros com 2 pessoas na platéia e até em escolas católicas onde era proíbido dizer palavrões no principio da carreira. A vontade maior era de tocar, conhecer pessoas, tomar uns porres, descolar umas garotas e ter bons momentos. No entanto, os gostosões do Rio de Janeiro estão muito ocupados sendo artistas que fazem shows importantes e pagos. Vão sonhando rapazes, o céu é o limite certo?

terça-feira, maio 04, 2004

Eu quero todo mundo aqui ouvindo e comentando. Eu quero. Eu e a banda numa gravaçãozinha "meia boca" num estúdio da vida.

Essa menina é quase uma versão minha se eu tivesse a sorte de me parecer como a Marilyn Monroe como ela se parece. Adoro os nossos papos escatológicos.

Minha banda tá com show marcado.
Finalmente uma data foi liberada. Dia 05.06. Esse será o dia que eu subirei no palco pela primeira vez como uma Sweet Nuthin. Estamos felizes. Eu estou feliz ao menos.
É isso. Os ingressos vão começar a ser vendidos. Quem quiser me pede, me manda e-mail, telefona. Podem esperar, só saberei falar sobre esse show pelas próximas semanas, vou ficar insuportável. Não é que seja grande coisa, quer dizer para mim é, mas é que ralamos por isso, brigamos muito e aturamos merdas por isso, então tem um valor pessoal, ao menos para mim. Eu acredito no que fazemos. Sem pretensões. Mas tem qualidade ali eu acho. Tem sim.

domingo, maio 02, 2004

Ok. Já faz algumas horas que estou sentada na frente desse monitor escrevendo sobre coisas que eu não poderia me importar menos. Não estou exatamente cansada, mas tenho dormido muito pouco ultimamente. Basta que o sol desponte no céu para eu saltar da cama e me arrastar como um zumbi saído da noite dos mortos até a madrugada cair novamente.

E eu deveria estar fazendo algum repouso na minha última semana com o pé imobilizado. Eu deveria estar fazendo mesmo, assim como outras milhares de coisas que eu deveria estar fazendo e não estou. Às vezes a minha vida se resume as coisas que eu deveria estar fazendo, mas simplesmente não estou.

Eu deveria estar na cama. Minha cama que o meu cachorro não resiste nunca e que se encontra nesse exato minuto esfregando até não poder mais o focinho nos lençóis limpos. Ele veio do jardim para dentro do meu quarto apenas para esfregar o focinho. E ainda me dizem que cachorros são inteligentes. Não me leve a mal. Eu amo todos os bichinhos e tenho encarado cada vez melhor esse meu lado Branca de Neve (apesar de todo mundo saber que eu queria mesmo era ser uma Cinderela profissional). Mas cachorros são animais bobos. Eles babam, e abanam o rabo e se sacodem e pulam e fazem festa demais. Por isso eu sou uma cat lover até o fim. Gatos são manhosos e lindos e muito mais espertos e independentes. Mas eu amo o meu cachorro também coitado. Amo esse saco de banha, peludo que me baba e me arranha com a pata. Amo meu papagaio também. E o meu macaco. E o meu periquito e amava a minha tartaruga quando ela morava comigo. Mas não quero mais bichos por enquanto, me apego demais a eles e me sinto muito mal quando estão doentes. Me apego demais.

Eu preciso dormir. Preciso desligar essa máquina que me consome e mandar tudo as favas porque ninguém é melhor do que eu para mandar coisas às favas. Eu preciso rir de novo do homem cera, das putarias com as cartas, do vinho e do Therapy? tocando no fundo. Rescue me from me. Cadê você porra? Cadê você?