terça-feira, abril 27, 2004

Simplesmente não consigo me lembrar qual o nome do filme que dizia que para cada relacionamento terminado outros quatro chegariam também ao fim. O protagonista do filme, que não lembro o nome, se referia a isso como uma “break up chain” que uma vez acionada não poderia ser detida. Também não me lembro muito bem da explicação que ele dava, apenas recordo que era interessante e que fazia sentido.

Queria poder me lembrar do maldito nome do filme para assistir de novo, mas nunca irei lembrar porque muito provavelmente era mais uma daquelas produções originais e baratas da HBO. Essas que eu nutro uma capacidade assustadora de ingerir, assistir e tomar intravenosa. Porque eu sou uma das maiores consumidoras de tv a cabo quando tenho algum tempo livre. E ultimamente isso não tem sido raro, vocês entendem. Eu larguei parcialmente a vida difícil e estou me dedicando á vida fácil.

Acontece que todos os meus amigos resolveram terminar namoros de anos. É estranho. Todos estão rastejando e chorando e aprendendo valiosas lições que só tombos como esses podem ensinar. Eu tô limpa. Feliz. Claro, depois de anos de porrada na cara e de ser putinha por ai, finalmente arrumei o lugar que põe a minha cabeça no lugar e me coloca no eixo. Mas isso não é da conta de nenhum de vocês cretinos. O mais estranho mesmo é que realmente parece uma cadeia que não pode ser modificada, impedida. Um atrás do outro. Já conheci três casais que desataram os laços com dias de diferenças. Falta um para o filme estar correto.

O lado engraçado da coisa, se é que existe alguma coisa engraçada em corações partidos, é que analisando de perto, e eu adoro pessoas deitadas no meu divã, chego à conclusão que a maioria dos relacionamentos terminou por simples falta de sinceridade. Que palavra temerosa. Falta de comunicação também. Quantos problemas podem ser evitados com o telefonema certo, com o “eu te amo” empregado na frase certa e no poder que a verdade forte, fria e escancarada tem quando dosada adequadamente. Não sei. Para mim parece impossível viver sem dizer exatamente o que se passa pela minha cabeça. Claro que não para todo mundo. Mas para quem está do meu lado de verdade.

Eu gostaria de lembrar o nome do filme e poder indicá-lo aos meus amigos deprimidos. Se eu não me engano, tinha um final feliz. Acho que também existia uma corrente contraria de “made up chain”, mas não me lembro direito.

segunda-feira, abril 26, 2004

Eu quase não entendo por que as pessoas têm essa necessidade de tudo ser o mais moderno. O mais bonito, a última coisa lançada. O meu irmão é um cara assim. Tudo de super potente ele precisa ter. PRECISA. Toda a tecnologia de ponta para ele. E eu fico tão satisfeita com coisas que simplesmente funcionam. A minha televisão, por exemplo, ele vive dizendo que eu preciso trocar de televisão, mas ela funciona perfeitamente, eu sempre digo, mas esta ultrapassada, ele me diz.
Hoje foi o dia do icq “você já viu o novo icq lite cheio de novas funções?” Ora bolas, eu só uso o send, enviar e receber arquivos. Para que eu quero milhões de funções?
Ele diz que essas coisas poupam tempo. Como assim? A modernidade só me enche de tempo nulo para matar.

E depois de ouvir o parecer médico sobre a minha magreza longilínea ele complementou: “mulheres como você não dão apenas uma facada. São aquelas que dão 34 antes de se darem por satisfeitas”.

domingo, abril 25, 2004

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E ninguém me dá nem um oi.

E o Sweet Nuthin fez aniversário. Um ano de banda. Não sei bem ao certo a data exata, mas com certeza foi em algum dia dessa última semana. Um ano rapaz. Continuamos juntos e não nos matamos. Que feito.
Eu queria comemorar o aniversário lançando o site tão esperado da banda. Mas não deu tempo para a Susie Q terminar. Uma pena. Então eu vou recontar historinhas, liberar o release (no fotolog
da banda) e nos desejar muita sorte e parabéns.


“No ano de 2000, Gabriela e Rachel estavam se preparando para prestar vestibular e arruinarem suas vidas com faculdade e com as outras infelicidades que faculdades geralmente trazem para pessoas com complexo de Peter Pan.

Rachel se esgueirava pelos corredores todos os dias fugindo das aulas e sempre percebia a tal garota esguia de cabelo azul com a camisa do Rancid passeando para lá e para cá sempre fumando um cigarrinho. Rachel saída de um colapso nervoso recente e sempre com tendências bipolares, teve uma crise sociopata deixando a anti-sociabilidade gélida de lado, e seguiu a menina de cabelo azul e desatou a falar sobre On the Road, Iggy Pop e Velvet Goldmine.

A garota, apelidada como Susie Q, não era menos maníaca e não ficou assustada com a proposta que veio dentro de um banheiro escuro e cheio de seres repugnantes: "E ai? Vamos formar uma banda?". A resposta obviamente fora absolutamente positiva. Logo foram trocados icqs, e-mails, telefones e figurinhas. Cigarros, filmes, róque e idéias glamourosas. Elas tinham tudo isso em comum. Estava formado o então chamado na época Queer Riot. Baixo, guitarra, muita vontade e nenhuma perícia. “I wanna be your dog” trezentas milhões de vezes por dia.

Correndo por fora, Rachel conhecia esse cara que era uma mistura de Sal Paradise, Arturo Bandini e que cantava como Ian McCulloch. Esse cara se apelidava Sparkazul e vivia sendo perseguido por Rachel que simplesmente o achava um gênio de marca maior. Sparkazul do alto de sua ironia característica odiava o Queer Riot tanto porque se recusava em cantar numa banda chamada "a revolta das frutinhas", tanto porque a banda era ruim demais. Por isso o estilo da banda mudou bastante já nessa época. Saindo do clichê "bandas de meninas" e entrando para uma coisa mais róque. Muito mais róque.

Do outro lado do Rio de Janeiro, na terra de Malboro, dois seres complexos e complicados alugavam estúdios e faziam coisas experimentais, sombrias e belíssimas. Dois bichos tão estranhos quanto os outros três que tentavam se manter fora do mundo real. Ambos não gostavam de gente e eram simplesmente incapazes de dançar. Leandro e Tatiana. Um velho de 96 anos com complexo de John Cale, Peter Hook e Graham Lewis e a garota da discrepância musical.

Um dia, Rachel, novamente em crise de “sociopatismo agudo”, e com a cabeça cheia de idéias fermentadas por Gabriela , quebrou o gelo e deixou um comentário numa maravilha virtual: "E ai, Vamos formar uma banda?". A resposta obviamente fora absolutamente positiva. Daí foi fácil. Foi destino.Traz o baixista, traz a batera. Toma as canções. Pouco a pouco fomos fazendo o nosso som. Muito nosso. Saindo da coisa róque, do muito mais róque. E fomos parar aonde? Não se sabe até hoje.

Esse é Sweet Nuthin. João assumiu os vocais, Leandro o baixo, Tatiana a bateria, Gabriela nos solos e Rachel no backing e na guitarra.

E nós não somos cools. Brigamos como loucos, juramos de morte e somos muito passionais. Tocamos de verdade, somos reais (e é o que importa) e estamos ai. Temos fotos feias, somos feios e não nos importamos. Nos dê uma garagem, uma boa garrafa de vinho e uma péssima acústica. Faremos a festa.”

sábado, abril 24, 2004

E não dizem que toda brincadeira tem um fundo de verdade?




all about your sex life...
Full Name
Age
your sex personality colour is... yellow - bright, happy, like the sun
you'll probaby fuck.... a rock star
your favourite sex toy is... a big black boot
you will get __# std's. 12
This QuickKwiz by cowboysbecamefolkheros - Taken 5425 Times.

quarta-feira, abril 21, 2004

Tem alguém aqui mais animada que eu para o show do Evan Dando?

Opa então eu fui salva. Quase com direito a cavalo branco e espada na mão.

Fui ao cinema, assistir ao “Retorno do talentoso Ripley” e na minha opinião ele já não é mais tão talentoso. É, eu sei que esse filme não é uma continuação do outro e que não tem nada a ver, mas eu gostei tanto do “Talentoso Ripley” que não pude evitar ficar comparando.“O talentoso Ripley”, com o Matt Damon e o Jude Law, foi o primeiro filme que preferi ao invés do livro. Eu odiei o livro da. Patricia Highsmith. O Ripley original é muito frio, bonito e inescrupuloso demais para o meu gosto, quase afetado. O Ripley do filme é atrapalhado, perseguido por fantasmas, inescrupuloso e incrivelmente feio, mas isso tudo quase sem querer. Ah, eu realmente adorava a cena do calção amarelo com sapatos sociais na praia. Sentia muita vergonha até de olhar para a tela do cinema, ou da televisão, porque rapaz eu assisti esse filme muitas vezes, apesar de odiar muito a Gwyneth Paltrow.

terça-feira, abril 20, 2004

Posso apostar que um dia ganharei a minha tempestade prometida. O vento da Nina é selvagem. E ela me entende. Se me entende.

Sério. Estou surtando. Surtando muito seriamente. Estou com medo de mim. Estou enlouquecendo. Meu pé dói. Ninguém me disse que fraturas doíam assim. Não posso sair de casa por enquanto, estou vivendo de analgésicos. Tenho TPM crônica. Tenho tédio. Sério, estou surtando, e para completar meus pais estão em casa fazendo as minhas vontades. Meu pai está em casa fazendo as minhas vontades. Medo. Horror. Pânico. Odeio isso. Eles me mimam e depois me repreendem por ser mimada. Socorro!

Além disso, fui no banheiro e cortei os sonhos com a gilete. Pela última vez: socorro!

segunda-feira, abril 19, 2004

Tinha uma esperança na minha coxa e eu a esmigalhei.

Eu ainda acredito que um dia aprenderei a falar no telefone como uma pessoa decente ao invés de ser absolutamente péssima na prática.

Eu ainda acredito que um dia terei as coisas por inteiro, e não pela metade.

Odeio pessoas que mascam chiclete com a boca aberta. Odeio vê-los quicando e babando e atirando a goma de um lado para o outro. Não consigo abstrair a minha atenção para outro local senão para o grude dentro da bocona e meus olhos ficam sempre a acompanhar os movimentos e mal consigo articular as minhas próprias palavras.

Queria que todos os mastigadores de chiclete não falassem mais comigo.

domingo, abril 18, 2004

A garota uma vez falou que era sorte o que ela tinha na vida.
E eu que era muito neurótica da vida acreditando em sorte desde sempre me perguntava porque não eu? Eu queria ter sorte também e vez ou outra exigia ter, como se assim os céus fossem se intimidar e me dar tudo de mão beijada.

E eu não conhecia o jogo do velho safado do destino.

Mas dessa vez eu espero que o ele esteja do meu lado. Ou então que esteja dormindo. Porque se eu conseguir isso acho que terei os problemas da minha vida resolvidos.

quarta-feira, abril 14, 2004

EXTRA! EXTRA! INACREDITÁVEL!

João Eduardo Guilherminoaparentemente fraturou o pé novamente esta noite.

Já diziam as más línguas que o indivíduo andava com muita inveja das incríveis paparicações oferecidas à dona deste blog cor de rosa - que por sua vez, de acordo com outras línguas ferinas, teria fraturado o próprio pé em busca de estrelato e mimos e fuga de seus compromissos indesejáveis.

Num ato de desespero, João lançou seu furioso mindorra numa colisão quase fatal com uma cadeira inocente local. João Eduardo, mas conhecido como "assassino de dedos mindinhos", se encontra nesse exato minuto hospitalizado e imobilizando a vítima do segundo atentado em menos de um mês.

É tudo verdade. Por mais que pareça mentira.


Para quem não esta lembrado do terrivel caso, pode procurar o post do dia 21 de março.

Ah, só para continuar com a saga do pé quebrado e sua dona resmungona, queria dizer que eu não precisarei de gesso, estou com uma linda botinha de velcro que ficará comigo pelos próximos 35 dias. Tem até plataforma!

Surreal.
Voltando para casa hoje notei uma confusão danada na rua. Policiais e pessoas aglomeradas.
Quando me aproximei vi do que se tratava: tinha um cadáver no porta mala de um Gol verde oliva. Bizarro.
O pior é que eu fiz piada e segui em frente.

Acho que morar na cidade grande esta começando a me afetar. Estou ficando hard.

terça-feira, abril 13, 2004

É, eu tenho falado um monte sobre o meu pé. Mas ele me lembra que existe a cada segundo nas últimas 120hs. Não tenho feito nada. Só praguejado, perdido provas na faculdades e ficado de molho.

Querido diário,

Hoje eu acordei igualzinha a ontem e a massa de cimento ainda está fresca no meu pé esquerdo. Me sinto cada vez mais como uma criminosa que será lançada ao rio e afundará bem rapidinho.
Se eu odiava sapatos, agora odeio muito mais.
Se eu odiava exercícios, agora odeio muito mais.
Se eu odiava sair de casa para fazer coisas que eu não queria fazer, agora odeio muito, muito, muito mais.

Parece uma coisa boba, mas quando você está só um pouquinho diferente do normal você começa a ver as coisas como elas são mais na carne. Como as pessoas são feias. Ninguém nunca me ofereceu ajuda para subir escadas, mesmo quando eu estava com livros no colo, cigarros nas mãos, e quase caindo porque sou uma puta desajeitada. E suando. Suando. Suando dentro da minha camisa azul. Todo mundo fica olhando e nunca falam nada. E eles olham e desviam o olhar quando você encara de volta.

É isso mesmo, eu estou de muletas! Meu pé está enfaixado! Cai na madrugada da sexta-feira da Paixão quando fazia algo que vocês desejariam estar fazendo se não fossem tão patéticos.
Nossa, se as pessoas reagem assim por conta de um simples pé enfaixado fico imaginando o que os aleijados de verdade sentem quando andam pelas ruas.


Preciso de voluntários para fazer minha pedicure.

dor muscular. dor muscular. dor muscular.

Sabe, eu nunca tinha engessado nada. Eu nunca tinha quebrado nada. Quer dizer, eu nunca tinha engessado nada no médico, com um doutor auxiliando, com um gesseiro por perto manipulando. Eu nunca tinha tirado um raio-X para diagnosticar uma fratura também.

Mas hoje me lembrei que há alguns anos atrás eu dei uma porrada muito forte (em quem ou no que não é digno de ser mencionado) e meus dedos incharam e ficaram tortos. Minha mãe tinha gesso em casa - daqueles que vem enroladinhos em gases e você molha e fica duro - e eu mesma engessei os meus dedos. Acho que fiz um belo trabalho. Eles nunca mais doeram. Ficaram meio tortos na verdade, mas nunca mais doeram.

segunda-feira, abril 12, 2004

Não faz o menor sentido mas no fundo faz.

Fiz os primeiros planos da minha vida que sei que serei capaz de cumprir sem nenhum tipo de complicação, desculpa ou adiamento da minha própria parte.
Decidi que irei sufocar toda a minha dor nos meus ovos de páscoa (de chocolate branco é claro, porque não gosto de chocolate preto). Irei come-los sem dó nem pidade, engordarei muitos quilos e dificultarei ainda mais a minha deambulação.

domingo, abril 11, 2004

No dia 24 de março fiz a seguinte declaração :"Andar para mim é uma tremenda desperdício de tempo." Pois eu digo, eu não sabia do que falava. Andar de muletas é MUITO pior. Meus braços doem tanto, minhas mãos...

É por isso que o meu ditado favorito agora passou a ser: "Cuidado com o que desejas, você pode conseguir".

E como eu ando sem saco para escrever, pensar, viver ou falar vocês terão que aturar esse template horrendo. Porque foda-se sabe? FODA-SE!!

E porque Murphy sempre tem razão quando diz que não há nada ruim o bastante que não possa ficar pior? Pois bem, olhem para mim: 45 dias totalmente imobilizada. Quebrei o pé. Tô com uma bonita bota de gesso. 45 dias pulando num pé só usando muletas. 45 dias tomando banho com um saco amarrado no pé para não molhar o gesso. 45 dias mal humorada. 45 dias acordando todas as vezes que me viro durante a noite. 45 dias de castigo. Maldade. Maldade. Shit Happens eu sei. And they happen a lot in my life.

Dor. Pain Killers. Eu completamente sem noção. Sexta-feira da paixão e eu caindo caindo. Horror. Raiva. Negação.